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"A culpa, meu caro Bruto, não é de nossas estrelas,mas de nós mesmos, que consentimos em ser inferiores." - Isso foi o que Cássio,personagem da peça Júlio Cesar,do famoso Shakespeare disse.Na frase,"estrelas" significa "destino",isso nos leva a compreender que a culpa não está no destino,mas em nós.
Será que isto está certo ? Muitos não acreditam em destino,mas mesmo assim,não somos culpados de tudo que acontece à nós,como por exemplo ter câncer.Isso não é uma escolha,isso acontece,é um azar.Essa é a situação da personagem principal do livro,Hazel Grace,ou,"só Hazel".
"Faltando pouco pra eu completar meu décimo sétimo ano de vida minha mãe resolveu que eu estava deprimida,provavelmente porque quase nunca saia de casa,passava horas na cama,lia o mesmo livro várias vezes,raramente comia e dedicava grande parte do meu abundante tempo livre pensando na morte"
Hazel tem câncer e está numa fase terminal,mas graças à um remédio fictício o tumor está sendo controlado,o que dá à ela algum tempo à mais de vida.O câncer vêm privando ela de muitas coisas,já que ela depende de um cilindro de oxigênio para respirar (e ela o leva a todos os lugares,com um carrinho) tudo fica mais difícil,ela se cansa muito rápido,não pode ficar muito em pé,não leva uma vida adolescente normal,tudo isso acarreta um isolamento,um "efeito colateral de se estar morrendo".
Então ela começa a frequentar um grupo de apoio a portadores de câncer,daqueles que se reúnem em círculos e expõem seus problemas e lá ela conhece a mudança da sua vida,Augustus Waters (ou só Gus).
Obviamente,eles serão o par romântico da história.
O Gus também tem câncer e por isso teve uma perna amputada,mas nele a doença se controlou,ele está...bem !
Bom,aí que John Green começa a desenvolver a grande história do livro e é aqui que eu paro de falar do enredo,é até aqui que eu me permito contar à vocês,pois o resto é deleite para os apreciadores de romance e o final,um forte candidato a lhe arrancar lágrimas.
O texto é narrado em primeira pessoa (pela própria Hazel) e devo dizer que a leitura é fácil e difícil.Oras,é fácil pois o texto do Mr. Green é rápido e simples,porém carregado de filosofias (ótimas filosofias,por sinal) e difícil pois nós temos consciência da perspectiva de vida de quem tem câncer.Apesar das probabilidades e de uma aparente melhora,a doença pode voltar,nós sabemos disso ! E ler um livro no qual você pode virar a página e a personagem pode estar pior é complicado, ninguém quer que aconteça,mas e se acontecer ? Afinal "o mundo não é uma fábrica de realização de desejos".
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Hazel e Gus ( achei no tumblr lol ) |
"Não posso falar da nossa história de amor,então vou falar de matemática.Não sou formada em matemática,mas sei de uma coisa : existe um quantidade infinita de números entre 0 e 1.Tem o 0,1 e o o,12 e o 0,112 e uma infinidade de outros.Obviamente,existe um conjunto ainda maior entre o 0 o 2,ou entre o 0 e o 1 milhão.Alguns infinitos são maiores que os outros.[...]Há dias,muitos deles,em que eu fico zangada com o tamanho do meu conjunto ilimitado.queria mais números do que provavelmente vou ter,e,por Deus,queria mais números para o Augustus Waters do que os que ele teve.Mas,Gus,meu amor,você não imagina o tamanho da minha gratidão pelo nosso pequeno infinito.Eu não trocaria por nada nesse mundo.Você me deu uma eternidade dentro dos nossos dias numerados,e eu sou muita grata por isso." - Hazel Grace (pag. 235)